Nova Coalização Mundial alerta que o AVC pode matar 10 milhões de pessoas por ano até 2050
A doença ainda é uma das principais causas de morte no país, com uma vítima fatal a cada 7 minutos em 2025

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser uma das principais causas de morte no país, com uma vítima fatal a cada 7 minutos em 2025, segundo dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil. A nova Global Stroke Action Coalition alerta que, se nada for feito, o mundo poderá assistir a quase 10 milhões de mortes anuais por AVC até 2050.
Além de ser uma das principais causas de morte, o AVC é também a maior causa de incapacidade adquirida no mundo — estima-se que aproximadamente 70% dos pacientes não retornam ao trabalho após um AVC, e até 50% ficam dependentes de outras pessoas para atividades básicas.
— O tratamento do AVC precisa ser ágil, regionalizado e hierarquizado, com centros organizados conforme as portarias do Ministério da Saúde, que infelizmente ainda não são respeitadas — afirma o neurologista Daniel Paes Santos, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e Fellow da European Academy of Neurology.
Segundo o especialista, o Brasil avançou nos tratamentos e na estruturação da abordagem de um AVC, porém, ainda é uma “tragédia”, mesmo nas grandes cidades.
— No Brasil, a situação é particularmente grave. Os grandes centros do Brasil não estão preparados para cuidar adequadamente desses pacientes — afirma.
Santos lembra que há portarias públicas já regulamentadas que precisam ser aplicadas no tratamento desses pacientes, uma delas, por exemplo, prevê a organização de uma rede em três níveis articulados de atenção: A primeira, voltada à prevenção, controle da hipertensão, diabetes e outros fatores de risco nas Unidades Básicas de Saúde.
Enquanto a segunda é realizada nas unidades de urgência e emergência, com diagnóstico inicial e estabilização. E, por último, conduzida em hospitais de alta complexidade, com neurologistas, UTI especializada, trombólise, trombectomia e reabilitação integrada.
— Já passou da hora de as autoridades olharem com atenção para esses dados e promoverem mudanças estruturantes. O AVC não pode mais ser negligenciado. É tão grave quanto o infarto do miocárdio ou o câncer. Já temos tratamentos eficazes desde os anos 90. O que falta é estrutura, investimento e ação coordenada — disse.
Fonte: Globo.com