Com quatro ministérios no governo Lula, União Brasil e PP lançam federação com aceno a Bolsonaro

Vice-presidente do União disse que Bolsonaro tem densidade eleitoral e precisa ser envolvido para um projeto contra o PT

Com quatro ministérios no governo Lula, União Brasil e PP lançam federação com aceno a Bolsonaro
Os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira — Foto: Divulgação/PP

A federação entre União Brasil e PP foi lançada nesta terça-feira com acenos a um projeto de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sinalizações em direção ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Juntos, os dois partidos tem quatro ministérios. O evento contou com a participação do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do líder do partido de Bolsonaro na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

O tamanho da aliança — Foto: Editoria de ArteO tamanho da aliança — Foto: Editoria de Arte

Ao chegar na cerimônia que marcou o anúncio da federação, ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, elogiou o ex-presidente.

– Bolsonaro é um personagem político com um tamanho e densidade eleitoral inegável no campo da direita. Ninguém pode querer construir um projeto de enfrentamento ao PT sério, competitivo e vitorioso sem considerar isso. Tem que considerar o peso e o tamanho de Bolsonaro, é preciso dialogar.

Além disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que tenta se viabilizar como candidato a presidente de oposição ao PT, fez um discurso no palco do evento em que citou diretamente a disputa eleitoral.

— É isso que precisamos nesse momento, da classe política entender o recado que deve ser dado. Hoje nessa federação dos dois grandes partidos, que transferem a todos nós a responsabilidade sobre nossos ombros de sabermos ganhar o processo eleitoral de 2026. Esse é o desafio, estamos aqui construindo um novo rumo para o país.

Divisão dos comandos por estado — Foto: Editoria de Arte
Divisão dos comandos por estado — Foto: Editoria de Arte

A federação será inicialmente presidida de forma conjunta pelos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda. Os dois são próximos do bolsonarismo e tentam construir com o ex-presidente um acordo para 2026. Um dos nomes que poderia representar o campo da direita na disputa é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Principais lideranças e impasses do novo bloco — Foto: Editoria de Arte
Principais lideranças e impasses do novo bloco — Foto: Editoria de Arte

O evento também contou a participação de representantes das alas governistas dos dois partidos, como os ministros André Fufuca (Esporte), do PP, e Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, que não discursaram.

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também estiveram no evento.

Após o Republicanos recusar fazer parte da federação, Hugo Motta fez um aceno aos dois partidos.

— Enquanto presidente da Câmara fico feliz não só de estar aqui presente, mas no que eu puder colaborar para que a federação possa se fortalecer, nós estamos prontos para isso. Nosso partido, o Republicanos, é parceiro, também se coloca, como o Progressistas e o União Brasil, como um partido de centro-direita. Temos toda uma afinidade, temos toda a condição de seguir trabalhando juntos em favor do país.

Já Alcolumbre mencionou as dificuldades internas nos dois partidos, mas minimizou os atritos.

— Muitas vezes somos chamados a decidir por um lado ou por outro lado, mas o caminho do equilíbrio, da ponderação, do diálogo, do entendimento é o que faz um país do tamanho do Brasil seguir em frente. Com tantas dificuldades, peculiaridades, problemas e visando o bem comum sai hoje a federação Progressistas e União Brasil.

Fonte: Globo.com