Variante Ômicron: o que se sabe sobre a nova linhagem do SARS-CoV-2

Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a cepa do SARS-CoV-2 como variante de preocupação

Variante Ômicron: o que se sabe sobre a nova linhagem do SARS-CoV-2
A variante Ômicron tem preocupado cientistas por ter muitas mutações que podem conferir vantagens ao vírus Josué Damacena/IOC/Fiocruz

A variante B.1.1.529 do novo coronavírus foi nomeada como Ômicron e classificada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (26).

A decisão do grupo consultivo técnico da OMS sobre evolução do vírus SARS-CoV-2 teve como base as evidências apresentadas que indicam alterações prejudiciais na epidemiologia da Covid-19 devido à linhagem.

Atualmente, a OMS considera como variantes de preocupação cinco linhagens do novo coronavírus: a Alfa (B.1.1.7), do Reino Unido, a Beta (B.1.351), da África do Sul, a Delta (B.1.617.2), da Índia, a Gama (P.1), do Brasil, e a Ômicron (B.1.1.529), de diferentes países, segundo a OMS.

A cepa foi relatada pela primeira vez à OMS pela África do Sul no dia 24 de novembro. A situação epidemiológica no país mostrou três picos distintos de casos de Covid-19, sendo o último predominantemente pela variante Delta.

Nas últimas semanas, as infecções aumentaram de forma abrupta, coincidindo com a detecção da nova variante. De acordo com a OMS, o primeiro caso de Covid-19 confirmada conhecida foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021.

“Esta variante apresenta um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes. A evidência preliminar sugere um risco aumentado de reinfecção com esta variante, em comparação com outras variantes de preocupação”, informou a OMS em um comunicado.

OMS recomenda reforço da vigilância genômica pelos países

A OMS orientou que os países devem melhorar a vigilância e os esforços para a realização do sequenciamento genômico do vírus, o que permite compreender melhor as variantes circulantes. Os cientistas devem enviar as sequências completas do genoma e dados associados sobre a variante para um banco de informações disponíveis publicamente, como o GISAID.

Além disso, os casos associados à variante de preocupação devem ser relatados à OMS por meio do mecanismo de Regulamento Sanitário Internacional (RSI). Nos países onde houver capacidade, e em coordenação com a comunidade internacional, devem ser realizadas investigações de campo e avaliações laboratoriais.

O objetivo da medida, segundo a OMS, é melhorar a compreensão dos impactos potenciais da variante Ômicron na epidemiologia, gravidade da doença, para a saúde pública, além de possíveis repercussões da linhagem para métodos de diagnóstico, respostas imunológicas, anticorpos de neutralização e eficácia das vacinas.

Para a população, de modo geral, a OMS reforçou a necessidade de tomar medidas para reduzir os riscos de infecção pela Covid-19, incluindo o uso de máscaras bem ajustadas, higiene das mãos, distanciamento físico, melhoria da ventilação de espaços internos, evitar espaços lotados e a adesão à vacinação.

Como detectam a variante ômicron?

O número de casos da variante tem aumentado em quase todas as províncias da África do Sul. Segundo a OMS, os testes de diagnóstico molecular (RT-PCR) atuais são capazes de detectar a linhagem. A partir desses testes, a variante foi detectada em taxas mais rápidas do que surtos anteriores, sugerindo que a cepa pode ter uma vantagem na disseminação.

A variante Ômicron tem preocupado cientistas por ter muitas mutações que podem conferir vantagens ao vírus. Até o momento, não há registros da variante no Brasil. Onde a cepa já foi encontrada:

  • Botsuana
  • Hong Kong
  • Israel
  • Bélgica

Fonte: CNN Brasil