Novo presidente da CBF, Samir Xaud anuncia redução dos Estaduais para 11 datas
Nesta temporada, campeonatos tinham espaço para 16 datas. Dirigente afirma que já está conversando com os presidentes: "Não acredito que teremos problemas"

Eleito como novo presidente da CBF neste domingo, Samir Xaud anunciou a sua primeira mudança para o futebol brasileiro: a redução de datas dos Campeonato Estaduais. Segundo o dirigente, a ideia é disputá-los em 11 datas a partir de 2026.
— Uma das primeiras mudanças é a redução de datas do Estaduais. Estamos projetando fazer com 11 datas a partir do ano que vem. É uma singela demonstração de que nós queremos mesmo que mude. Nós começaremos com o pé direito — disse Samir ao começar a entrevista coletiva.
— Já estamos conversando com os presidentes (das federações estaduais) sobre as datas. Não acredito que teremos problemas. Os Estaduais agora terão que se adequar ás normas da CBF— completou o dirigente.
Nesta temporada, o calendário brasileiro indicou 16 datas para a disputa de campeonatos estaduais. Eles foram iniciados no dia 12 de janeiro e encerrados em 26 de março.
No final da coletiva, Samir também foi questionado sobre o uniforme da Seleção Brasileira, que poderá vestir vermelho na Copa de 2026. Ele não anunciou se vetará a linha, mas deixou a sua mensagem a respeito, em tom de reprovação.
— Camisa brasileira, verde e amarela — exclamou.
O dirigente de Roraima foi confirmado no comando da confederação após eleição realizada, no Rio de Janeiro, na sede da entidade. Ele assume imediatamente o cargo e tem mandato até 2029. Logo após o resultado, o dirigente discursou aos presentes na CBF. Indicou que a melhor organização do calendário e a introdução do fair play financeiro seriam prioridades (leia todo o discurso aqui).
Apesar de ser candidato único, Xaud não conseguiu unanimidade de votos – como ocorreu na eleição anterior, que reelegeu Ednaldo Rodrigues. Foram 103 pontos de um total de 141 possíveis. Ao todo, estiveram presentes 26 federações e 20 clubes. O que daria 108 pontos possíveis, portanto, pois voto de federação tem peso três, de clube da Série A, dois, e da Série B, um.
Confira as respostas de Samir Xaud:
Agradecimento: "Gostaria de agradecer a toda imprensa pela presença aqui hoje. Dizer que é um prazer estar aqui hoje, nesta eleição, neste pleito eleitoral, muito disputado, em relação aos bastidores. Mas dizer que eu não estou só. Eu tenho um grupo de pessoas que querem mudança do futebol brasileiro e querem colocar de volta o Brasil, o futebol brasileiro, de onde não deveria ter saído. Uma página virada, que se vira hoje e que nós esperamos que logo, logo, já comecem as mudanças necessárias e devidas na instituição CBF. Estou muito feliz e honrado de ter ganho esse apoio maciço de federações, de 25 federações, de dez clubes, que acreditaram no projeto e que é possível mudar e virar essa página. Meu agradecimento a todos"
Diálogo: "Na verdade, com diálogo. O diálogo é muito importante nesse processos de união, de todos os clubes, todas as federações, e nós começamos com dez. Hoje, neste processo eleitoral, esttvam presentes 20 clubes. É um trabalho que já está sendo feito. Eu particularmente já estou conversando com cada clube cada presidente e mostrando para eles o que queremos fazer. Esses dez clubes que vieram hoje, acreditaram nesse processos, e o diálogo vai continuar, até nos termos a maioria maciça, para que juntos, construiremos um futuro melhor para o futebol brasileiro"
Força política: "O que eu posso dizer é que foram colocadas muitas mentiras a meu respeito. Muitas notícias falsas que tentaram me desprestigiar, colocar meu nome para baixo. É uma política que eu não faço. Eu sei muito bem quem eu sou, sei muito bem de onde vim, da formação que eu tenho, e de tudo que eu passei pra chegar até aqui. Opinião alheia não me incomoda"
Apoio: "Não tenho nenhum temor. Eu acredito muito no grupo que está comigo. Acredito muito nos objetivos e nas propostas que temos para o futebol brasileiro. Isso não me incomoda. Eu estou aqui para executar um trabalho diferenciado e realmente colocar o futebol brasileiro nos trilhos"
"Essa relação precisa acontecer. O diálogo vai ser uma nota aqui da instituição CBF, nós queremos conversar com todos. A gente viu que perdemos patrocínio, não vejo motivo. Essa interlocução vai acontecer e a gente vai buscar o melhor para a CBF e para a seleção brasileira"
Carlo Ancelotti: "Primeiro é uma felicidade muito grande nós termos a oportunidade de ter um técnico, o maior técnico da história do futebol internacional até hoje. Já tive o primeiro contato com ele, sim. Ele vai ter total autonomia para decidir o que for melhor para a seleção brasileira, comissão técnica e Ancelotti terão total autonomia. Vamos blindá-lo de qualquer situação externa que possa ter. Eles precisam dessa autonomia para realizar o seu trabalho com excelência"
"Isso começa aqui de dentro, reorganizando a casa, a gente precisa acabar com instabilidade dentro da instituição. Pessoas precisam ter felicidade de trabalhar aqui para refletir lá fora. Com a chegada do Ancelotti, vai ser um ponto de start para esse processo. Eu acredito que vai fazer trabalho de excelência na CBF, com a seleção brasileira. E assim a gente vai poder trazer o público próximo da CBF"
Descentralizar o poder: "A CBF agora vai ter uma gestão descentralizada. Nós vamos descentralizar o poder. Temos que fazer isso para todos os personagens da instituição, dar autonomia de decisão para trabalhar. Eu acredito que, assim, vamos poder colher o melhor de cada um profissional de excelência aqui dentro"
Desafio: "O primeiro desafio é trazer alegria novamente para as pessoas que aqui dentro trabalham e tentar aproximar mais a torcida ao Brasil, à seleção brasileira. Esse trabalho sendo realizado aqui dentro, nós conseguindo dar uma estabilidade institucional e voltando a essa alegria de trabalhar aqui dentro, nós teremos o reflexo lá fora na seleção brasileira. Transparência, nome está na chapa. Temos meio de colocar essa gestão visível para todos. Eu acredito muito nessa união de todos, nessa descentralização de poder que nós vamos fazer a partir de agora na CBF. E assim a gente vai conseguir chegar aos resultados esperados."
Projeto: "Primeira ideia é criar comissão responsável, colocar todas as ideias na mesa, discutir com todos os personagens, clubes, federações. E a gente precisa fazer estudo e adequar o fair play para a realidade do Brasil. Quando falo em aperfeiçoamento, falo em educação continuada. É importante para qualquer processo, cargo ou profissão. Eu como médico sei que é importante, além dessa educação continuada, nós temos que verificar as novas tecnologias disponíveis para arbitragem. Isso a CBF via fazer, em conjunto com a comissão de arbitram e outros personagens"
Mudança no estatuto: "Esse é um assunto mais complexo, estatuto é assunto complexo. Tem que se colocado em discussão. Se os personagens entenderem que o processo tem que mudar, tem que partir de conjunto, de bloco, não do presidente"
Fonte: Globo Esporte