Fachin toma posse na presidência do STF com Lula e segurança reforçada
O ministro Luiz Edson Fachin tomou posse nesta tarde como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), com a presença do presidente Lula (PT) e um reforço na segurança.
Barroso falou em bênção. Ao passar o comando do STF, Luís Roberto Barroso disse ser "uma bênção para o país, nesse momento, poder ter uma pessoa como Vossa Excelência conduzindo o Supremo com o encargo de manter as luzes acesas nesses tempos em que de vez em quando aparece escuridão". O público presente aplaudiu o novo presidente antes mesmo que Barroso pudesse terminar a frase de posse.
Mandato tem duração de dois anos. A cerimônia reúne chefes dos três Poderes na sede do STF e também conta com segurança reforçada, com mais de 30 agentes vindo de tribunais de todo o país e equipes da PM do Distrito Federal vigiando o acesso à praça dos Três Poderes. Fachin assume o comando do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com Alexandre de Moraes como vice.
Cúpula dos três Poderes presente. Além de Lula, que foi recebido por Luís Roberto Barroso, Moraes e Fachin, estão no evento o vice Geraldo Alckmin e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ao todo, mais de mil pessoas foram convidadas.
Posse sem pompa. Em contraste com a cerimônia de Barroso, que teve participação da cantora Maria Bethânia, Fachin tem evento discreto, com o Hino Nacional ficando a cargo do Coral Supremo Encanto, composto por servidores e colaboradores do tribunal.
Expectativa de mudança de perfil no tribunal. Avesso a entrevistas, Fachin deve impor um novo estilo ao tribunal e, como mostrou o UOL, buscar retomar o protagonismo do plenário da corte e tentar reduzir os atritos com o Congresso.
Fachin assume o tribunal em meio à pressão sem precedentes dos Estados Unidos contra o Judiciário. O país já anunciou cancelamento de vistos de oito ministros do Supremo, incluindo Fachin, e também sancionou Moraes e sua esposa com a Lei Magnitsky, criada para punir envolvidos em corrupção e crimes contra a humanidade. Sanções foram articuladas nos EUA pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e pelo empresário Paulo Figueiredo, denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por tentar coagir a Justiça brasileira por meio das punições.
Ministro assume a Corte com expectativa de reduzir tensões e tirar o STF do foco de ataques. O tribunal passou os últimos anos no foco de ataques de bolsonaristas que chegaram ao ápice com os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e seguiram intensos com as investigações que levaram à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Ainda cabe recurso da condenação.
Fonte: Uol



