Encontro de Lula e Zelensky foi muito importante e houve entendimento mútuo, diz Mauro Vieira

Reunião começou por volta das 17h no horário de Nova York (18h, no horário de Brasília) e durou mais de meia hora

Encontro de Lula e Zelensky foi muito importante e houve entendimento mútuo, diz Mauro Vieira
Divulgação

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, nesta quarta-feira (20), que o encontro entre os presidentes do Brasil e da Ucrânia, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelensky, foi muito importante e que houve um entendimento mútuo entre os líderes.

“Foi um encontro muito importante. Houve um entendimento mútuo, muito bom. Ambos os presidentes deram instruções aos seus ministros do Exterior para continuar trabalhando em temas bilaterais e multilaterais e continuar discutindo a questão da paz”, afirmou Vieira.

“E o presidente Lula informou a Zelensky que o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, continuará a participar das reuniões do chamado Processo de Copenhague. Já houve uma reunião em Copenhague, houve uma segunda reunião em Jidá, na Arábia Saudita. E o presidente Zelesnky agradeceu a informação de que o Brasil continuará a participar deste esforço pela paz. Não só desse, mas de qualquer outro informado pelo presidente Lula, que todos os esforços que visem a negociação e a paz, o Brasil estará presente”, prosseguiu.

Segundo Vieira, a guerra não foi o único tema do encontro, com os presidentes falando também sobre assuntos de interesse bilateral e sobre reforma da governança global.

A reunião

A reunião começou por volta das 17h no horário de Nova York (18h, no horário de Brasília) e durou mais de meia hora.

O encontro aconteceu no hotel em que Lula está hospedado, e o presidente ucraniano utilizou uma “entrada secreta”.

Diferente dos outros chefes de Estado que se reuniram com o chefe do Executivo brasileiro, Zelensky conta com um esquema de segurança muito reforçado.

Os dois líderes se encontram nos Estados Unidos por conta da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Acompanhavam Zelesnky no encontro, o chefe de gabinete da Presidência, Andrii Iermak, o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, um assessor para a política externa e o assessor-chefe para assuntos militares da Ucrânia.

Na comitiva de Lula estavam Mauro Vieira, o ministro-chefe da Secretária de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim.

Primeiro encontro entre Lula e Zelensky

Lula e Zelensky nunca haviam se encontrado presencialmente para uma reunião bilateral antes desta quarta e a iniciativa deste encontro partiu do lado ucraniano.

CNN apurou com as autoridades do país europeu que o pedido foi feito formalmente pela Embaixada da Ucrânia em Brasília há duas semanas. O Itamaraty confirmou à reportagem a informação.

Houve tentativas de conciliar as agendas, sem sucesso, em maio, durante a cúpula do G7, no Japão. Em entrevista coletiva, Lula afirmou que Zelensky não apareceu para encontro bilateral com ele na cidade de Hiroshima.

“Nós tínhamos uma entrevista [sic] bilateral com a Ucrânia às 3 horas da tarde [horário local]. Nós tínhamos a informação de que eles tinham atrasado, enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã. Quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente, teve outro compromisso e não pode vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu”, disse o presidente brasileiro.

Na cúpula, Zelensky sinalizou que, de fato, houve uma incompatibilidade de agendas, como sustentou o governo brasileiro.

Ao ser questionado se ficou desapontado pelo fato de a reunião não ter acontecido, Zelensky respondeu: “Eu acho que ele que ficou decepcionado”.

Os ucranianos já disseram várias vezes que querem conversar com Lula para mostrar ao líder brasileiro “a realidade do conflito”.

Kiev também já demonstrou diversas vezes sua insatisfação com o presidente brasileiro por suas declarações polêmicas sobre a guerra – incluindo uma afirmação de que os Estados Unidos e os países europeus estavam prolongando a guerra ao enviar armamentos para a resistência ucraniana.

Fonte: Cnn