Dólar vai a R$ 5,56 e atinge menor patamar em oito meses; Ibovespa recua
Moeda subia até o início da tarde, após dados de emprego robustos nos EUA. Oportunidades de ganhos com expectativa de juros ainda mais altos no Brasil atrai fluxo estrangeiro positivo, aponta analista

Dólar fecha em queda, renova mínima do ano e vai a R$ 5,56
O dólar comercial encerrou em queda de 0,28%, a R$ 5,569, nesta sexta-feira. O dia foi marcado pela volatilidade, com a cotação variando de R$ 5,617 a R$ 5,559 — menor cotação intradiária (quando as negociações ainda estão abertas) do ano.
O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, aponta que as políticas econômicas adotadas pelo presidente Donald Trump, somadas à questão fiscal delicada dos EUA, têm levado a uma fuga de recursos do país.
Com o diferencial de juros vantajoso em relação aos EUA — e diante da perspectiva de que as taxas se mantenham em patamar alto no cenário interno —, o Brasil acabou se tornando um destino vantajoso para parte desse capital que saiu do território americano, explica.
Entretanto, ele explica que a perspectiva de risco para o país, em particular, no que diz respeito à seara fiscal, prejudica a possibilidade desse fluxo de investimentos ser maior.
O dólar zerou os ganhos e passou a cair na tarde desta sexta-feira, em dia marcado por alta volatilidade. Às 14h24, recuava 0,11%, a R$ 5,579.
A moeda iniciou o dia em queda, na esteira do comportamento visto ontem, quando a divisa fechou na menor cotação do ano. Entretanto, passou a subir após a divulgação de dados de emprego robustos nos EUA.
Tudo mudou novamente no início da tarde. Ian Lima, gestor de recursos da Inter Asset, explica que uma parte desse fluxo positivo para o real pode estar vindo de investidores dispostos a ganhar com a operação de carry trade — quando se toma empréstimo em um país com juros baixos para aplicar em renda fixa em um com taxas altas, ganhando-se com a diferença.
Nas últimas semanas, aumentaram-se as apostas de nova alta na Selic, diante de dados econômicos fortes e sinalizações conservadoras do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Fonte: Globo.com