Civis aguardam reabertura de corredores humanitários para saída da Ucrânia

Civis aguardam reabertura de corredores humanitários para saída da Ucrânia
Vista aérea de prédio destruído por disparos de artilharia em Borodyanka, na região de Kiev/ 03/03/2022 REUTERS/Maksim Levin

Está prevista para este domingo (6) a reabertura dos corredores humanitários para a saída de civis. Os corredores foram desativados no sábado (5) por conta da quebra do cessar-fogo pela Rússia, acusou a Ucrânia.

Também neste domingo, um posto de retirada de civis foi atingido por disparo perto de Kiev. Ainda não há informações sobre feridos. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia para países vizinhos.

Diante da troca de acusações sobre um cessar-fogo para permitir a evacuação de civis, a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou neste domingo (6) que ataques a hospitais foram realizados na Ucrânia.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que as ofensivas militares aos centros de saúde “causaram várias mortes e feridos”. A entidade ainda afirmou que investiga outros ataques a hospitais na região.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que é o garantidor da evacuação de civis com o cessar-fogo da Rússia contra a Ucrânia, informou que a retirada de pessoas Mariupol e Volnovakha, ambas na Ucrânia, não começou no sábado (5), como havia sido inicialmente anunciado, por causa do conflito.

A Ucrânia acusa a Rússia de violar o cessar-fogo e anunciou o adiamento da retirada de civis de Mariupol .

O ministério da Defesa da Rússia anunciou durante a madrugada o cessar-fogo nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha para permitir a liberação de corredores humanitários para a fuga de civis. Mas, Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, no leste ucraniano, publicou em seu perfil no Twitter às 12h45, no horário local, que a evacuação seria adiada.

“Devido ao fato de que os russos não observam o regime de silêncio e continuam bombardeando Mariupol e seus arredores, por razões de segurança, a evacuação da população foi adiada”, disse.

Já o Ministério da Defesa da Rússia alega que “forças russas foram atacadas depois de estabelecer os corredores humanitários” e acusou “nacionalistas ucranianos” de impedir a retirada de civis.

Início do cessar-fogo

De acordo com o governo russo, a interrupção dos ataques e bombardeios teve início às 10h no horário de Moscou (4h pelo horário de Brasília), e servirá para que civis fujam da Ucrânia com segurança.

“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, pontuou o diretor-geral da OMS.

Em seu post nas redes sociais, no entanto, Tedros não mencionou nominalmente a Rússia, que realiza uma invasão à Ucrânia há 11 dias.

Em comunicado, o ministério de Defesa russo afirmou que os “corredores humanitários e rotas de saída foram acordados com o lado ucraniano”. Mykhailo Podoliak, chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que os corredores de evacuação estão sendo preparados em regiões do país.

Autoridades da cidade disseram que os dois lados concordaram que os ucranianos teriam cinco horas para cruzarem os corredores humanitários enquanto os disparos estiverem interrompidos.

Na última quinta-feira (3), em um encontro para negociações entre os dois países, representantes da Ucrânia e da Rússia já haviam concordado com os corredores humanitários — locais que não seriam alvos de ataques russos e serviriam para a passagem de refugiados e recursos.

EUA e Polônia avaliam fornecer caças para a Ucrânia

Os Estados Unidos e a Polônia estão avaliando a possibilidade de a Polônia fornecer caças para a Ucrânia. A informação foi divulgada por um porta-voz da Casa Branca.

A confirmação ocorre em meio aos pedidos feitos pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que os demais países do Leste Europeu enviem aviões de combate para seu país.

O porta-voz disse que enviar caças para a Ucrânia é uma “decisão soberana para qualquer país” e observou que há uma série de questões logística a ser considerada, incluindo como a aeronave seria transportada da Polônia para a Ucrânia.

Matéria por: CNN