Brasil segura até agosto resposta a tarifaço
Governo descarta reagir nos mesmos termos de presidente americano e estuda áreas em que pode dar resposta sem criar complicações extras

O governo brasileiro descarta dar uma resposta econômica e comercial à sobretaxa de 50% anunciada por presidente Donald Trump antes de a medida começar a valer, em 1° de agosto, data citada pelo próprio presidente americano. A avaliação é que a gestão Lula deverá usar os próximos dias para calibrar um posicionamento que não escale a crise.
O entendimento é que o Brasil deve esperar a aplicação da tarifa e evitar se antecipar à promessa de Trump. Nos próximos 21 dias, a estratégia é estudar uma reação que não prejudique a economia brasileira.
O Palácio do Planalto descarta aplicar Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso em abril, nos mesmos termos tarifários de Trump para expressar o descontentamento.
A proposta é identificar setores em que se possa dar uma resposta firme, mas sem escalar as complicações para o mercado brasileiro. O governo chamará o setor privado para discutir a reação, como previsto na legislação.
Na própria Lei de Reciprocidade, além de medidas tarifárias, há possibilidade de adoção de não-tarifárias como limitar importações de bens bens e serviços e suspender obrigações sobre o direito de propriedade intelectual.
De acordo com um integrante do governo Lula é preciso "jogar com o relógio", usando o prazo para o início do tarifaço, para também dar tempo da questão política decantar. Para essa fonte, isso também definirá a resposta econômica.
Até agora o Brasil respondeu apenas politicamente ao tarifaço de Trump sem entrar nas questões econômica e comercial.
Em publicação nas redes sociais, o presidente Lula afirmou na quarta-feira (9) que as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos serão respondidas “à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”, mas sem detalhar.
“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, afirma o presidente em publicação nas redes sociais.
Lula disse ainda que o processo judicial sobre suposto plano de golpe de Estado é de competência "apenas da Justiça Brasileira" e, portanto, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”.
Fonte: CNN