Bar do Boi conecta gerações no Sambódromo e fortalece o futuro da cultura do boi-bumbá

Evento reuniu torcedores apaixonados, reforçando a importância da vivência desde a infância para manter a tradição do Festival de Parintins

Bar do Boi conecta gerações no Sambódromo e fortalece o futuro da cultura do boi-bumbá
Foto: Heloisa Gomes e Samilla Souza/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

Foto: Heloisa Gomes e Samilla Souza/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa

A cultura do boi-bumbá, carregada de história, emoção e identidade amazônica, ganhou mais uma noite de celebração no Sambódromo de Manaus, com a edição do Bar do Boi nos Ensaios dos Bumbás, realizada pelo Movimento Marujada e Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, no sábado (03/05). Com o Boi Caprichoso como protagonista, o evento foi palco de uma verdadeira comunhão entre gerações, onde crianças, jovens e adultos vivenciaram, juntos, a força de uma tradição que atravessa o tempo.

No mês que antecede o Festival de Parintins, o Bar do Boi cumpre o papel de preparar o coração do torcedor, mas vai além da festa. Tem sido um espaço de formação cultural, especialmente para o público infantil. Essa conexão foi destacada pelo levantador de toadas e item oficial do Caprichoso, Patrick Araújo. 

“É o povo de Manaus e de Parintins que faz o espetáculo na arquibancada, e é fundamental que as crianças e os jovens estejam incluídos em tudo isso. Eles são o futuro do nosso Festival. É importante que conheçam e valorizem essa cultura para que ela siga viva”, afirmou.

A policial militar Maici Guidão foi uma das mães que compareceu ao evento com os filhos. Embora torcedora do boi Garantido, ela fez questão de acompanhar a filha, torcedora do Caprichoso, e incentivar o amor pela cultura do boi. “O boi-bumbá é cultura pura. É nossa história, nossos ancestrais, expressos através das toadas e das danças. Mesmo sendo de outra torcida, faço questão de trazer meus filhos, porque essa vivência é valiosa desde cedo. A paixão vem da infância, e é isso que fortalece a cultura no futuro”, destacou.

Ao lado de Maici estava a amiga Sara Nascimento, mãe da pequena Pandora Manuella, de 10 anos. Sara contou que sempre fez questão de apresentar o Festival à filha desde muito nova. “A Pandora cresceu ouvindo toadas e vendo vídeos do Festival. Estar aqui hoje com ela, participando do Bar do Boi, é muito significativo. A gente planta esse amor desde cedo e vê florescer no olhar curioso e encantado deles”, disse.

Pandora assistiu atentamente as apresentações e resumiu com doçura sua paixão: “Eu adoro ver as coisas do boi, é muito legal e divertido. Gosto muito da cunhã-poranga. Ainda nunca vi o Festival de pertinho, mas tenho vontade de ir”.

Primeira vez no Bar do Boi

Outro exemplo de como o boi pulsa no coração das famílias é o casal parintinense Maria do Carmo e Leonaldo Rodrigues, torcedores do Caprichoso, que levaram a pequena Ivy Maitê para a sua primeira vivência em um evento do boi. “Crescemos com isso, escutando toadas, vendo o Boi na Rua. Hoje, fizemos o mesmo com nossa filha. Ela já canta, dança e sente o que sentimos. O boi é mais que cultura, é amor, é memória, é raiz”, afirmaram.

Em cada passo de dança, em cada toada entoada com fervor, o Bar do Boi reafirma sua importância como espaço de pertencimento. Mais que entretenimento, é um encontro entre passado e futuro, onde as crianças de hoje já vivem o boi com intensidade e, assim, garantem que essa manifestação cultural continue firme, vibrante e emocionando novas gerações.

Temática da noite

O evento, realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e promovido pelo Movimento Marujada, teve como tema “Noite da Marujada de Guerra”, com a “furiosa” como protagonista, dos grupos de dança Troup Manaus e Corpo de Dança Caprichoso (CDC) Manaus, além das apresentações de André Vaz e Gabriel Tavares, Canto da Mata, Patrick Araújo, Paulinho Viana, Edilson Santana e Márcio do Boi.