'Avatar: O caminho da água' estreia com missão de repetir sucesso do original e com sequências no forno

Primeiro filme é a maior bilheteria da história do cinema

'Avatar: O caminho da água' estreia com missão de repetir sucesso do original e com sequências no forno
'Avatar: O caminho da água' (2022) - Foto: Divulgação

US$ 2,9 bilhões. Este é o faturamento mundial de “Avatar” (2009), maior bilheteria da história do cinema. À época, o filme desbancou “Titanic” (1997), que arrecadara US$ 2,2 bi, do posto. Em comum, os dois têm a assinatura do diretor, roteirista e produtor James Cameron, que vê seu “Avatar: o caminho da água” estrear hoje com a força de um tsunami. No Brasil, o blockbuster ocupa 2.600 salas, algo em torno de 80% dos cinemas do país.

Treze anos e muitos adiamentos depois da primeira onda azul, o cineasta emite nova passagem ao mundo de Pandora, onde se passa a trama. Apesar de parte do público e da crítica ter restrições ao filme original, reconhecendo o espetáculo visual que representou, mas torcendo o nariz para o roteiro, um sentimento parece preponderar: nunca aposte contra James Cameron. A julgar pelas primeiras críticas (leia a do Bonequinho ao lado), ele virou o jogo.

Ainda há muita expectativa no mercado para saber como o novo “Avatar” se sairá nas bilheterias neste cenário pós-pandêmico. O próprio cineasta classificou o projeto como uma loucura , brincando que seria “o pior negócio do mundo” em entrevista à “GQ”, uma vez que precisaria arrecadar ao menos U$$ 2 bi para não ficar no vermelho. Cameron, claro, diz que a questão não é só dinheiro.

— Pode parecer óbvio para todos, “ah, você ganhou uma montanha de dinheiro, tem que fazer uma continuação”. Mas Steven Spielberg não fez uma para “E.T.” (1982), que foi a maior bilheteria de seu tempo. Você quer que um raio caia duas vezes no mesmo lugar? — questiona o diretor em coletiva à imprensa. — É importante a honrar o que o público amou na experiência da primeira vez, mas também é preciso desequilibrá-lo, fazer coisas que não esperam.

'Avatar: O caminha da água' (2022), de James Cameron — Foto: Divulgação

'Avatar: O caminha da água' (2022), de James Cameron — Foto: Divulgação

Mais uma vez com efeitos especiais deslumbrantes, o filme tem como principal novidade o mundo aquático de Pandora, com novos personagens. Kate Winslet, que trabalhou com Cameron em “Titanic,” é a grande novidade no elenco como a guerreira Ronal, da tribo Na’vi. Outra cara nova é a de Sigourney Weaver. Na verdade, ela já estava no primeiro filme (e havia sido comandada pelo cineasta em “Aliens, o resgate”), mas sua personagem morreu, e ela agora surge como a adolescente Kiri, que promete ser nome importante na continuação da franquia. Sim, já há um terceiro filme em produção e outros dois com roteiro escrito. O universo é azul.

Saiba mais

Investimento pesado
O filme custou entre US$ 350 e 400 milhões, sem contar a verba de marketing.

Longa espera
Os planos para continuações de “Avatar” foram anunciados em dezembro de 2009, e James Cameron pretendia lançar a primeira delas em 2015. A data de lançamento chegou a ser anunciada, e adiada, quatro vezes.

Haja fôlego
Kate Winslet gabou-se, em entrevistas, de ter superado Tom Cruise, conhecido pelas cenas de ação, no que diz respeito a ficar mais sem respirar durante filmagens. A atriz chegou a ficar 7 minutos e 15 segundos submersa.

Câmara, ação, pulmão
Não foram apenas os atores que aprenderam técnicas de prender a respiração. Para a captura de movimento, Cameron precisava de uma água cristalina, o que fez com que a equipe técnica não pudesse usar tanques de oxigênio, que geram muitas bolhas na água.

Gravações debaixo d’água
A técnica de captura de movimentos dos atores foi utilizada pela primeira vez no cinema em gravações submarinas. Para isso, foi construído um tanque com dez metros de profundidade para registrar a atuação.

Meio ambiente
A preocupação ambiental está presente nos filmes e é também um interesse de seus realizadores. Em 2010, James Cameron e Sigourney Weaver visitaram a floresta amazônica e passaram um período numa tribo caiapó, como uma experiência pessoal e também para se preparar para a continuação.

À espera da tecnologia
Cameron escreveu a premissa de “Avatar” em 1994, mas sabia que não havia tecnologia à época para tirar a ideia do papel. Após ver “O senhor dos anéis” (2001) e verificar a técnica de captura de movimentos usadas com Gollum, ele percebeu que o projeto era enfim viável.

Futuro em vista
A Disney tem planos ambiciosos e já fala até em “Avatar 5”. Tentando controlar o otimismo, o diretor trabalha com a possibilidade do segundo longa não repetir o sucesso do original. Neste caso, pensa em encerrar a saga em “Avatar 3”, cujas filmagens já terminaram.

Fonte: Globo