Assembleia Legislativa realiza Roda de Conversa sobre os impactos emocionais no diagnóstico de câncer de mama e de colo de útero

Assembleia Legislativa realiza Roda de Conversa sobre os impactos emocionais no diagnóstico de câncer de mama e de colo de útero
foto: Danilo Mello

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), por meio da Diretoria de Assistência Social em parceria com a Frente Parlamentar de Cuidados e Prevenção à Depressão, Suicídio e Drogas da Casa, realizaram nesta segunda-feira (30),  a Roda de Conversa “Outubro Rosa e seus impactos emocionais”.

O evento, que aconteceu no Auditório Sônia Barreto, na Escola do Legislativo Senador José Lindoso, teve a presença de profissionais da área de enfermagem e psicologia, além de depoimentos de representantes de grupos de apoio a mulheres que receberam diagnóstico positivo para câncer e puderam compartilhar experiências sobre o assunto.

Segundo a diretora de Assistência Social da Assembleia, Karla Stald, a intenção do evento é abordar a temática do Outubro Rosa sob o aspecto emocional como apoio ao tratamento das mulheres diagnosticadas.

“Sempre falamos de prevenção, entretanto as pessoas que recebem diagnóstico positivo para câncer sempre ficam abaladas emocionalmente. Com a ajuda e o trabalho dos psicólogos, o tratamento fica fortalecido, no pós-diagnóstico. Por isso, a importância de falarmos da influência do apoio de amigos e familiares no enfrentamento da doença”, afirmou.

A coordenadora da Frente Parlamentar de Cuidados e Prevenção à Depressão da Aleam,   Liliane Lobato, reforçou a importância do fortalecimento emocional das mulheres diagnosticadas no tratamento de câncer.

“O câncer também leva muitas pacientes à depressão e o Outubro Rosa trabalha muito a questão da prevenção e do autoexame, mas é importante não desprezar a saúde mental, para que elas possam lidar com a doença porque ajuda muito na resposta ao tratamento”, explicou.

A importância da paciente contar com uma rede de apoio emocional durante o tratamento contra o câncer foi enfatizada pelo psicólogo da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Marcelo Bentes. Com o diagnóstico, segundo o profissional,  vem um impacto na vida das pacientes.

“E, por se tratar de um câncer, que é uma doença grave, a notícia traz um peso, principalmente por ser uma doença ameaçadora da vida. Por isso, nosso trabalho de suporte emocional já começa neste momento. No processo do tratamento, é muito importante o apoio familiar e dos amigos, alimentar a auto estima e o amor próprio, não desistir da vida e nós temos muitos pacientes que conseguiram a cura e conseguiram se equilibrar durante a doença. Esse equilíbrio emocional é fundamental para a cura, ter suporte familiar, se ancorar”, declarou.

Experiências e apoio

A prefeita do município de Presidente Figueiredo (a 107  quilômetros de Manaus), Patrícia Lopes,  deu o depoimento de como recebeu o  diagnóstico de câncer, descoberto há seis meses, e como lida com a doença.

De acordo com ela, a família e os amigos são peças importantes no processo de tratamento de câncer.

“Quando recebi o diagnóstico positivo para o câncer de mama,  notícia que não esperava, e por ser uma pessoa pública, me aconselharam a esconder a doença. Porém, entendo que uma das minhas missões é despertar nas outras mulheres a importância do autocuidado e do autoexame e a outra é buscar, enquanto prefeita, mais investimentos na saúde da mulher do meu município. É um tratamento muito doloroso e que demanda muita sensibilidade da rede de apoio dos amigos e familiares, além de fé e otimismo para superar as barreiras que o tratamento traz”, afirmou.

A presidente do Grupo de Apoio às Mulheres Mastectomizadas da Amazônia (Gamma), Oriona Ohse, também falou sobre a descoberta e tratamento do câncer, há mais de 20 anos. E  como as campanhas dependem da boa vontade das próprias mulheres em se cuidar.

“As campanhas são muito boas, funcionam, mas muitas mulheres são mutiladas porque não procuram fazer os exames ou, quando procuram e percebem o nódulo, ignoram, não ligam e quando a doença se agrava são obrigadas a perderem a mama, por exemplo. Eu mesma descobri o nódulo muito pequeno, mas só procurei tratamento dois anos depois quando havia tomado conta da minha mama e tive de retirá-la em cirurgia”, declarou.