Acidente com a Air India: fornecimento de combustível para os motores foi cortado pouco antes de avião cair, aponta investigação
Um dos pilotos perguntou ao outro por que ele havia cortado o motor. O colega respondeu que não o havia feito. O relatório preliminar foi divulgado nesta sexta-feira (11).

O relatório preliminar sobre a queda do avião da Air India, que matou 260 pessoas na Índia, aponta que o fornecimento de combustível para os motores da aeronave foi cortado 29 segundos antes do impacto. As informações foram detalhadas nesta sexta-feira (11).
A aeronave, um Boeing 787-8 com 242 pessoas a bordo, caiu logo após decolar do aeroporto de Ahmedabad, cidade no oeste da Índia, em 12 de junho. Apenas uma pessoa, um passageiro com nacionalidade indiana e britânica, sobreviveu.
Veja o que aconteceu, segundo a investigação, pelo horário local:
- 13h38:39: avião decola.
- 13h38:42: botões de distribuição de combustível são desligados. Os motores começam a perder potência.
- Um dos pilotos pergunta ao outro por que ele havia cortado o motor. O colega responde que não o havia feito.
- 13h38:47: uma turbina de emergência, chamada de RAT, é acionada.
- 13h38:52: botão de distribuição de combustível do motor 1 é religado.
- 13h38:56: botão de distribuição de combustível do motor 2 é religado.
- 13h39:05: um dos pilotos declara emergência, chamando "Mayday, Mayday, Mayday".
- 13h39:11: gravadores de dados e voz são interrompidos, o que é compatível com o momento do impacto no solo.
O especialista americano em segurança da aviação John Cox afirmou que um piloto não conseguiria acionar os botões de distribuição de combustível por acidente.
“Não dá para esbarrar neles e eles se moverem”, disse.
O documento também indica que uma das hipóteses iniciais não se confirmou: a de que o flap (dispositivo que ajuda na sustentação) não havia sido estendido. Os destroços indicam que os flaps estavam numa posição compatível com o momento do voo — decolagem.
Nenhuma recomendação foi feita para a Boeing ou à fabricante do motor, o que indica que a investigação vai se concentrar em outras hipóteses — no desligamento dos botões de acionamento de combustível, por exemplo. O combustível foi submetido a testes e estava em condições satisfatórias.
Anteriormente, as autoridades já haviam divulgado que o avião começou a perder altitude após atingir 198 metros de altura.
O voo tinha como destino o aeroporto de Gatwick, em Londres. Na queda, a aeronave atingiu o alojamento de uma faculdade de medicina em uma área residencial, por volta do horário do almoço. Ao todo, 29 pessoas que estavam no edifício morreram.
Entre os passageiros que estavam a bordo, 169 tinham nacionalidade indiana. O avião também levava 53 britânicos, sete portugueses e um canadense.
A Air India tem 33 aviões Dreamliner em sua frota. Após o acidente, as autoridades indianas determinaram uma inspeção nesses modelos para evitar novos incidentes.
Não há prazo para a divulgação do relatório final.
A Air India não havia se pronunciado sobre a investigação até a última atualização desta reportagem.
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Cauda de avião da Air India que caiu em Ahmedabad, na Índia, encravada em prédio em 12 de junho de 2025. — Foto: CENTRAL INDUSTRIAL SECURITY FORCE/Handout via AFP
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Infográfico mostra detalhes da queda do avião Boeing 787-8 da Air India ocorrida em 12 de junho — Foto: Editoria de Arte
Fonte: G1