Perimenopausa e menopausa: entenda os dois fenômenos que ocorrem na vida de mulher
Especialistas explicam os dois processos físicos, sintomas e como amenizá-los

Envelhecimento, mudanças físicas e metabólicas. Nas mulheres, essa passagem de tempo costuma ser mais característica e um pouco mais dramática por causa de dois fenômenos: a perimenopausa e a menopausa.
Os dois fenômenos estão relacionados, acarretam uma série de mudanças no corpo da mulher e serão tema de discussão no Saia Justa desta quarta-feira (4), com a antropóloga Mirian Goldenberg e atriz Claudia Ohana, que escreveu sobre sua experiência com a menopausa nas redes sociais.
Mas, antes disso, o gshow te explica como esses dois processos físicos acontecem e se relacionam. Confira!
O nome lhe soa familiar? Isso é porque a perimenopausa está relacionada ao período que antecede a menopausa, que marca o último ciclo menstrual de uma pessoa, em média, aos 50 anos. Quem explica os destalhes são as ginecologistas Claudia Mosca e Tatiane Boute, do Fleury, e Alberto d'Auria, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana.
Perimenopausa x menopausa
O ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, Alberto d'Auria explica que a menopausa é a ausência de menstruação por 12 meses, o que marca que o fim do processo de ovulação e possível fecundação nesse organismo feminino.
Já a perimenopausa se refere aos anos que antecedem a esse fenômeno fisiológico e natural. Ele, geralmente, acontece cerca de 4 a 10 anos antes e é quando a pessoa começa a identificar os primeiros sintomas. Existem ainda alguns fatores que fazem esse cálculo de tempo variar:
“Normalmente, a mulher brasileira tem o último sangramento aos 52 anos. Isso pode variar para mais ou para menos. Esse cálculo é feito levando em consideração o nosso clima, a nossa alimentação e os nossos hábitos, mas a pré-menopausa (perimenopausa) começa aos 42 anos e vai até o último sangramento, por volta dos 52 anos”, explica o médico.
Principais sintomas da perimenopausa
As mulheres já nascem com uma determinada quantidade de óvulos que terão ao longo da vida reprodutiva e, durante os ciclos menstruais, o organismo produz mais alguns óvulos, além de repor hormônios como estrogênio e progesterona.
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Acontece que, quando elas se aproximam da menopausa, o ovário começa a "falhar" quanto à produção de óvulos e queda na quantidade de estrogênio, o que leva aos primeiros sintomas. Segundo a médica Tatiane Boute, também da Maternidade Santa Joana, existem mais de 150 sinais relacionados com esse período da transição menopausal, mas aqui os especialistas citam os mais comuns:
- Fogachos: as famosas ondas de calor que atingem, especialmente, o tórax e o pescoço. São causadas por causa da flutuação dos níveis de estrogênio;
- Sudorese intensa causada pelas ondas de calor;
- Alteração na frequência e intervalo das menstruações;
- Sensação de cansaço e fadiga recorrentes;
- Fortes dores nas juntas;
- A coloração da vagina muda e fica mais esbranquiçada;
- Emotividade aumentada;
- Redução ou desinteresse sexual;
- Distanciamento maior entre o período excitatório sexual e o orgasmo;
- Secura vaginal e pouca lubrificação ;
Já a ginecologista Claudia Mosca deixa claro, ainda, que os sintomas podem ficar mais ou menos evidentes dependendo do estilo de vida de cada um, além de fatores como: pessoas que retiraram o útero, fazem uso de anticoncepcionais ou de outros tratamentos hormonais. Além disso, é importante fazer exames laboratoriais como LH e FSH para identificar as taxas hormonais.
Tratamentos e cuidados
Tanto a perimenopausa, como a menopausa ou a pós-menopausa, são processos fisiológicos naturais. E mais do falar em tratamento, Boute destaca a importância em desmistificar essa fase pela qual todas as mulheres passam:
Mas, existem, sim, formas de melhorar a qualidade de vida e amenizar alguns sintomas. Veja as dicas dos especialistas:
- O bom e velho estilo de vida saudável: ter uma alimentação equilibrada e manter uma rotina de exercícios são ferramentas essenciais para retardar alguns sinais;
- Tabagismo pode adiantar em até dois anos a menopausa;
- Alto consumo de café também pode piorar alguns sintomas, além de atrapalhar o sono e dificultar a percepção das ondas de calor;
- Terapia de reposição hormonalindividualizada: não há como impedir que a menopausa aconteça, mas é possível estabilizar a quantidade de estrogênio;
- Alguns antidepressivos são usados como medicação para amenizar as ondas de calor;
- Por: GShow