Perimenopausa e menopausa: entenda os dois fenômenos que ocorrem na vida de mulher

Especialistas explicam os dois processos físicos, sintomas e como amenizá-los

Perimenopausa e menopausa: entenda os dois fenômenos que ocorrem na vida de mulher
Claudia Ohana fala sobre menopausa com saúde 'Mulheres reais serão inspiração para uma nova geração' — Foto: Reprodução/Instagram

Envelhecimento, mudanças físicas e metabólicas. Nas mulheres, essa passagem de tempo costuma ser mais característica e um pouco mais dramática por causa de dois fenômenos: a perimenopausa e a menopausa.

Os dois fenômenos estão relacionados, acarretam uma série de mudanças no corpo da mulher e serão tema de discussão no Saia Justa desta quarta-feira (4), com a antropóloga Mirian Goldenberg e atriz Claudia Ohana, que escreveu sobre sua experiência com a menopausa nas redes sociais.

Mas, antes disso, o gshow te explica como esses dois processos físicos acontecem e se relacionam. Confira!

O nome lhe soa familiar? Isso é porque a perimenopausa está relacionada ao período que antecede a menopausa, que marca o último ciclo menstrual de uma pessoa, em média, aos 50 anos. Quem explica os destalhes são as ginecologistas Claudia Mosca e Tatiane Boute, do Fleury, e Alberto d'Auria, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Perimenopausa x menopausa

O ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, Alberto d'Auria explica que a menopausa é a ausência de menstruação por 12 meses, o que marca que o fim do processo de ovulação e possível fecundação nesse organismo feminino.

Já a perimenopausa se refere aos anos que antecedem a esse fenômeno fisiológico e natural. Ele, geralmente, acontece cerca de 4 a 10 anos antes e é quando a pessoa começa a identificar os primeiros sintomas. Existem ainda alguns fatores que fazem esse cálculo de tempo variar:

“Normalmente, a mulher brasileira tem o último sangramento aos 52 anos. Isso pode variar para mais ou para menos. Esse cálculo é feito levando em consideração o nosso clima, a nossa alimentação e os nossos hábitos, mas a pré-menopausa (perimenopausa) começa aos 42 anos e vai até o último sangramento, por volta dos 52 anos”, explica o médico.

Principais sintomas da perimenopausa

As mulheres já nascem com uma determinada quantidade de óvulos que terão ao longo da vida reprodutiva e, durante os ciclos menstruais, o organismo produz mais alguns óvulos, além de repor hormônios como estrogênio e progesterona.

Ondas de calor, sudorese e fadiga são alguns dos sintomas da perimenopausa — Foto: Freepik
Ondas de calor, sudorese e fadiga são alguns dos sintomas da perimenopausa — Foto: Freepik

Acontece que, quando elas se aproximam da menopausa, o ovário começa a "falhar" quanto à produção de óvulos e queda na quantidade de estrogênio, o que leva aos primeiros sintomas. Segundo a médica Tatiane Boute, também da Maternidade Santa Joana, existem mais de 150 sinais relacionados com esse período da transição menopausal, mas aqui os especialistas citam os mais comuns:

  • Fogachos: as famosas ondas de calor que atingem, especialmente, o tórax e o pescoço. São causadas por causa da flutuação dos níveis de estrogênio;
  • Sudorese intensa causada pelas ondas de calor;
  • Alteração na frequência e intervalo das menstruações;
  • Sensação de cansaço e fadiga recorrentes;
  • Fortes dores nas juntas;
  • A coloração da vagina muda e fica mais esbranquiçada;
  • Emotividade aumentada;
  • Redução ou desinteresse sexual;
  • Distanciamento maior entre o período excitatório sexual e o orgasmo;
  • Secura vaginal e pouca lubrificação ;

Já a ginecologista Claudia Mosca deixa claro, ainda, que os sintomas podem ficar mais ou menos evidentes dependendo do estilo de vida de cada um, além de fatores como: pessoas que retiraram o útero, fazem uso de anticoncepcionais ou de outros tratamentos hormonais. Além disso, é importante fazer exames laboratoriais como LH e FSH para identificar as taxas hormonais.

Tratamentos e cuidados

Tanto a perimenopausa, como a menopausa ou a pós-menopausa, são processos fisiológicos naturais. E mais do falar em tratamento, Boute destaca a importância em desmistificar essa fase pela qual todas as mulheres passam:

"Esse é um tema muito importante! Não é porque estamos na menopausa, que é um ‘período de declínio’. Eu acho que tem que ser visto como uma transição, como qualquer outra na vida, assim como a adolescência e a gravidez, é uma transição que a gente passa e que muitas vezes é desvalorizada, porque o valor da mulher é muito associado com o período reprodutivo e com a juventude."

Mas, existem, sim, formas de melhorar a qualidade de vida e amenizar alguns sintomas. Veja as dicas dos especialistas:

  • O bom e velho estilo de vida saudável: ter uma alimentação equilibrada e manter uma rotina de exercícios são ferramentas essenciais para retardar alguns sinais;
  • Tabagismo pode adiantar em até dois anos a menopausa;
  • Alto consumo de café também pode piorar alguns sintomas, além de atrapalhar o sono e dificultar a percepção das ondas de calor;
  • Terapia de reposição hormonalindividualizada: não há como impedir que a menopausa aconteça, mas é possível estabilizar a quantidade de estrogênio;
  • Alguns antidepressivos são usados como medicação para amenizar as ondas de calor;

  • Por: GShow