Ibovespa sobe e fecha no maior patamar em quase dois anos, após prévia da inflação e à espera do Fed

O principal índice da bolsa de valores avançou 0,55%, aos 122.008 pontos.

Ibovespa sobe e fecha no maior patamar em quase dois anos, após prévia da inflação e à espera do Fed
Ibovespa opera em baixa, puxado pelo exterior. — Foto: Freepik

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta terça-feira (25), no 4º avanço consecutivo. Investidores repercutiram os novos dados da prévia da inflação brasileira divulgados hoje e seguiram na expectativa pela decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve acontecer amanhã.

Ao final do pregão, o índice avançou 0,55%, aos 122.008 pontos, no maior patamar desde agosto de 2021. Veja mais cotações.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,94%, aos 121.342 pontos. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular altas de:

  • 1,49% na semana;
  • 3,32% no mês;
  • 11,18% no ano.

No mercado cambial, o dólar subiu 0,35%, cotado em R$ 4,7494.

O que está mexendo com os mercados?

O principal destaque do dia, ficou com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país. O indicador teve queda de 0,07% para o mês de julho, segundo informou nesta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 3,19% na janela de 12 meses.

Entre os destaques de queda, o item que trouxe principal impacto negativo para indicador foi a redução dos preços de energia elétrica residencial (-3,45%), vindo do grupo de Habitação (-0,94%). Mas também teve resultado importante para a deflação no mês vindo do grupo de Alimentação e bebidas (-0,40%), que foi puxado para baixo com resultados benignos do subgrupo de alimentação no domicílio (-0,72%).

O resultado de hoje apontou um cenário favorável para 'segunda parte' do processo desinflacionário, segundo análise do próprio BC, que trata de itens mais resilientes (núcleos) e mais associados aos ciclos econômicos, ou seja, à própria condução da política monetária.
— Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

"A prévia da inflação de julho indica uma desaceleração da inflação de serviços, com queda na difusão setorial e surpresas baixistas relativamente disseminadas nas várias medidas de núcleo que a autoridade monetária apura. Além de incitar mais uma rodada baixista nas previsões (expectativas) de inflação de curto prazo", prossegue o analista.

Ainda na agenda doméstica, investidores também repercutiram o boletim Focus, que havia sido adiado para esta terça-feira (25). Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a estimativa de inflação deste ano, de 4,95% para 4,90%. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro caiu de 3,92% para 3,90%.

Para o crescimento do PIB deste ano, a projeção do mercado financeiro permaneceu estável em 2,24% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento do mercado financeiro continuou em 1,30%.

Além disso, manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 12% ao ano para o fim de 2023. Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia permaneceu em 9,5% ao ano.

Já no exterior, o grande evento da semana para o mercado financeiro é a decisão de política monetária do Federal Reserve, quando será definido o novo patamar de juros dos EUA e que deve acontecer amanhã. A expectativa do mercado é que a autarquia faça um novo aumento da taxa básica norte-americana de 0,25 ponto percentual.

Apesar de ter feito uma pausa na subida de juros em sua última reunião, a autarquia já havia sinalizado que novas altas seriam necessárias para controlar a inflação norte-americana, que arrefeceu, mas permanece acima da meta de 2%. Nesta reunião, os olhos estarão focados em acompanhar a sinalização para as próximas decisões.

A depender de como vier a decisão do Fed, isso pode trazer força para a moeda americana. A maior aposta continua sendo de uma alta de 0,25 p.p., mas o mercado ainda está em dúvida sobre a possibilidade de 0,5 p.p. e qual vai ser a sinalização no comunicado.
— Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital

A expectativa de novos estímulos econômicos na China também ficou no radar.

Fonte: G1