Gasolina comum, aditivada ou premium: saiba qual a opção correta
Diferença na octanagem da gasolina pode definir melhor opção para o consumidor; gasolina comum segue regras da ANP para evitar danos ao motor
A escolha do combustível é dúvida frequente entre motoristas brasileiros. Afinal, qual a opção mais adequada: gasolina comum, gasolina aditivada ou gasolina premium? Embora todos os tipos sigam as normas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), suas composições e propriedades variam conforme o nível de aditivação e a octanagem, o que impacta diretamente no consumo, desempenho e na vida útil do motor.
A gasolina comum é a versão mais simples e acessível, composta pela base com até 30% de etanol anidro. Pode ser utilizada em praticamente todos os veículos, mas, por não conter aditivos de limpeza ou proteção, tende a favorecer o acúmulo de resíduos nos bicos injetores e válvulas com o passar do tempo. Isso pode reduzir a eficiência da combustão e aumentar o consumo.
Já a gasolina aditivada parte da mesma base, mas recebe compostos detergentes, dispersantes e anticorrosivos. Esses aditivos ajudam a remover sujeira do sistema de alimentação e a proteger o motor contra a corrosão e o desgaste das partes móveis. Além disso, favorecem a pulverização do combustível, proporcionando uma queima mais completa e menos poluente.
A gasolina premium, por sua vez, é indicada para motores de alta compressão, turboalimentados ou esportivos. Com octanagem superior — podendo ultrapassar 100, dependendo da marca —, o combustível resiste melhor à pré-detonação, fenômeno conhecido como “batida de pino”. Essa característica proporciona combustão mais eficiente, aproveitamento máximo da potência e maior proteção mecânica.
O grande diferencial que deve nortear a escolha de um ou outro tipo é entender a octanagem do combustível. Esse índice que mede a resistência do combustível à queima precoce. Quanto maior o índice, maior a capacidade de o combustível suportar compressão sem inflamar antes do tempo. Usar gasolina com octanagem inferior à recomendada pode causar perda de potência, consumo elevado e desgaste prematuro.
No entanto, esses sintomas só vão ser notados em carros de alta performance, como superesportivos. Em "veículos comuns" não haverá perda significativa. "Se você abastecer o seu carro importado com a gasolina premium, ele vai render melhor, ele vai ter toda a potência declarada no manual", diz o especialista Boris Feldman.
Além disso, a gasolina comum vendida no Brasil possui a octanagem suficiente para o motor funcionar. Ou seja, pode haver perda de desempenho, mas não pode ocasionar problemas mecânicos. No longo prazo, o uso da gasolina aditivada é benéfica para evitar formação de depósitos de carbono, que se transformam em crostas na câmara de combustão e no topo dos pistões, prejudicando o rendimento.
Também é possível utilizar gasolina comum e acrescentar manualmente algum aditivo recomendado pelo fabricante do veículo. Misturar tipos diferentes de combustível não traz riscos imediatos, mas reduz os benefícios esperados. Combinar gasolina premium com comum, por exemplo, diminui a octanagem final, o que afeta o desempenho.
Por: CNN



