Ibovespa opera em queda e dólar sobe com aversão a riscos após dados da China

Economia chinesa deu sinais de desaceleração, reforçando temores de recessão global

Ibovespa opera em queda e dólar sobe com aversão a riscos após dados da China
Dados na China de vendas no varejo e produção industrial tiveram desaceleração em julho Joshua Mayo / Unsplash

O dólar subia 0,46%, cotado a R$ 5,097, por volta das 12h00 desta segunda-feira (15), beneficiado por uma retomada da aversão a riscos por parte dos investidores após dados da economia da China  abaixo do esperado, reforçando temores sobre uma recessão global.

No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,39%, aos 112.212 pontos, puxado para baixo pelas ações ligadas ao petróleo e ao minério de ferro, refletindo os preços menores dessas commodities com a redução nas projeções de demanda após os dados chineses.

Dados de vendas no varejo e produção industrial tiveram desaceleração em julho na comparação com o mês anterior e ficaram abaixo do esperado pelo mercado, enquanto o investimento imobiliário teve um novo recuo.

Em resposta aos sinais de desaceleração econômica, o banco central chinês cortou as taxas de juros do país em um esforço para estimular a economia. Enquanto isso, investidores procuram ativos seguros, e mercados ligados a commodities, como o brasileiro, tendem a ser mais prejudicados pela perspectiva de demanda menor.

O Banco Central realizará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022.

Na sexta-feira (12), o dólar teve queda de 1,66%, a R$ 5,074, acumulando recuo semanal de 1,83%. Já o Ibovespa subiu 2,78% aos 112.764,26 pontos, valorizando 5,91% na semanal.

Sentimento global

A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado vem permitindo uma recuperação.

Por: CNN Brasil