Ibovespa fecha no maior patamar desde julho de 2021, com rumo dos juros nos EUA e meta fiscal; dólar volta aos R$ 4,85

Moeda norte-americana teve queda de 1,11%, cotada a R$ 4,8517. Principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, subiu 0,95%, aos 125.957 pontos.

Ibovespa fecha no maior patamar desde julho de 2021, com rumo dos juros nos EUA e meta fiscal; dólar volta aos R$ 4,85
Mercados operam com menor volume nesta segunda — Foto: Burak The Weekender/Pexels

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta nesta segunda-feira, apesar de o dia ter menor volume de negociações no mercado brasileiro por conta do Dia da Consciência Negra, que é feriado em seis estados. O dólar fechou em queda, de volta aos R$ 4,85.

Investidores estão na expectativa pela divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que acontece amanhã. A ata deve trazer uma sinalização mais clara sobre quais serão os próximos passos da instituição em relação às taxas de juros nos Estados Unidos, hoje entre 5,25% e 5,50% ao ano.

No Brasil, o único destaque da agenda é o tradicional Boletim Focus, relatório do Banco Central (BC) que reúne as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país. Nesta edição, os economistas reduziram a expectativa de inflação em 2023 de 4,59% para 4,55%. Também está no radar a pauta política, principalmente em relação à meta fiscal para 2024.

Veja abaixo o dia nos mercados.

Dólar

O dólar teve queda de 1,11%, cotado a R$ 4,8517. Na mínima do dia, chegou a bater os R$ 4,8475. Veja mais cotações.

Com o resultado, passou a acumular:

  • queda de 1,11% na semana;
  • recuo de 3,75% no mês;
  • queda de 8,08% no ano.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,76%, vendida a R$ 4,9064.

O Ibovespa fechou em alta de 0,95%, aos 125.957 pontos, maior pontuação desde 29 julho de 2021 (125.675 pontos). As ações da Vale puxaram os ganhos, acompanhando a valorização do minério de ferro nos mercados internacionais.

Com o resultado, passou a acumular:

  • alta de 0,95% na semana;
  • ganho de 11,32% no mês;
  • alta de 14,78% no ano.

Na sexta-feira, o índice fechou em alta de 0,11%, aos 124.773 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

O dia é de agenda fraca no Brasil por conta do feriado, mas investidores continuam repercutindo as expectativas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos.

Depois de dados mais fracos de inflação na última semana, o mercado passou a dar como certo que o ciclo de alta nas taxas americanas atingiu um pico e que o Fed poderia iniciar os cortes ainda no primeiro semestre de 2024.

Essa visão agrada os investidores e beneficia os ativos de risco - inclusive o real e a bolsa brasileira - porque a rentabilidade dos títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo, estão diretamente relacionadas aos juros do Fed. Assim, com juros menores, o rendimento dos títulos também cai, aumentando o apetite por outros ativos.

Agora, o que o mercado aguarda é a divulgação da ata do Fed para saber exatamente o que foi discutido na última reunião da instituição, quando os juros foram mantidos entre 5,25% e 5,50% ao ano. A esperança é que o documento deixe mais claro o que pensam os dirigentes do banco central americano.

Para além disso, a semana também é de agenda mais vazia no resto do mundo, já que quinta-feira é o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos e os mercados não abrem.

No Brasil, o Boletim Focus mostrou a redução das estimativas da inflação para 2023, mas não trouxe outras grandes alterações. Sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro reduziu a projeção de crescimento de 2,89% para 2,85%.

Já no cenário político, as atenções estão voltadas para as discussões sobre a meta fiscal, que o ministro da Fazenda Fernando Haddad batalha para manter em zero para o ano que vem.

Especialistas acreditam que, se o governo concordar em manter zerada a meta, deve correr com outras tramitações no Congresso Nacional para aumentar a arrecadação federal, como a taxação das apostas esportivas, por exemplo.

Fonte: G1