Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos

Companhia acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências americana, ou 'Chapter 11', para eliminar mais de R$ 11,28 bilhões em dívidas. Ações nos EUA caíram 40% no pré-mercado.

Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo

A Azul anunciou nesta quarta-feira (28) que acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, ou "Chapter 11", uma ferramenta semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil.

Segundo a Azul, o processo nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".

O objetivo é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa. De acordo com a empresa, o processo contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital no momento da saída do processo.

A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".

Além disso, destacou que a medida é apoiada por seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos da companhia, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.

No comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, turbulências macroeconômicas e problemas na cadeia de suprimentos da aviação.

Mesmo com o mercado já ciente do mau momento da Azul, o pedido de recuperação judicial gerou uma reação bastante negativa nesta quarta-feira. As ações da companhia em Nova York chegaram a cair 40% antes da abertura do mercado.

No Brasil, a bolsa abre às 10h. Há duas semanas, as ações da Azul despencaram por aqui e lideraram as perdas do Ibovespa, após a companhia reportar um prejuízo de R$ 1,82 bilhão no primeiro trimestre do ano, pior do que em 2024.

Até então, a Azul era a única empresa aérea em operação no Brasil que não havia recorrido a um processo de recuperação judicial para reestruturar suas finanças. A Gol acionou o Chapter 11 em janeiro.

Fonte: g1/globo