Ibovespa fecha em alta de 1,37% com alívio nos mercados globais; dólar recua a R$ 5,05

É o melhor resultado do mercado doméstico desde 20 de setembro, enquanto dólar volta ao patamar visto no início do mês

Ibovespa fecha em alta de 1,37% com alívio nos mercados globais; dólar recua a R$ 5,05
Rendimento dos Treasuries pode evitar novo ciclo de alta dos juros de curto prazo REUTERS/Sergio Moraes

O Ibovespa subiu pela terceira sessão seguida e o dólar voltou a ceder ante o real nesta terça-feira, em linha com movimentos positivos nos principais mercados globais após o arrefecimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 1,37%, aos 116.736 pontos, na terceira sessão seguida de valorização. O resultado deixa o Ibovespa no melhor resultado desde 20 de setembro, quando foi aos 118.695 pontos.

O alívio generalizado é reflexo de falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), indicando que a recente disparada dos títulos dos Tesouros norte-americanos (treasures) — que na semana passada bateram o maior nível em 16 anos — pode desviar a autoridade monetária de aplicar novos apertos.

A expectativa de desaceleração das atividades, já que o aumento dos títulos incide diretamente nos custos de financiamento para famílias e empresas, deu espaço para o dólar recuar ante as maiores moedas do globo, segundo o índice DXY.

A divisa dos EUA perdeu 1,47% contra o par brasileiro, negociada a R$ 5,056 na venda, mesmo patamar observado no início deste mês.

Nas últimas três sessões, a moeda acumula queda de 2,18%.

Títulos dos EUA no radar

Para Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o clima otimista nos mercados internacionais reflete o alívio nos títulos do Tesouro norte-americano em um movimento de correção após fortes altas na semana passada.

Como as taxas são usadas como referência global, quando sobem por lá, tendem a influenciar os juros no restante do mercado, inclusive no Brasil, dando força ao dólar.

Com os títulos nos EUA mais atraentes, investidores são incentivados a tirar o dinheiro de mercados emergentes e aplicar nos papéis norte-americanos.

“Esta queda dos juros futuros em ambos os países favorece a performance das demais moedas frente ao dólar. É por isso que vemos o dólar tendo a segunda queda seguida. O arrefecimento das treasuries desvaloriza o dólar, porque menos investidores irão investir no Tesouro americano”, explica.

Alta em bloco

A terceira alta seguida do Ibovespa foi sustentada pelo avanço das companhias com maior peso no mercado doméstico e com o arrefecimento dos juros em toda a curva.

Empresas expostas às taxas tiveram o melhor desempenho do dia, com CVC (CVCB3) disparando 16,48% e Pão de Açúcar (PCAR3) com alta de 9,33%.

Já entre as blue chips, as ações da Vale (VALE3) subiram 0,6%, ignorando a queda do minério de ferro no mercado internacional.

O mesmo movimento foi observado nos papéis da Petrobras, que voltaram a operar no positivo mesmo com o recuo do barril de petróleo.

As ações preferencias (PETR4) tiveram alta de 0,74%, enquanto as ordinárias (PETR3) subiram 1,03%.

Fonte: CNN